Camisola às riscas azuis e brancas
400g de Âncora Criativa (100% algodão, 125m/50g), ag. nº 3 ½.
O projecto inicial...
...A obra final
Demorou-me algum tempo a terminar, o que se explica com o não estar a seguir um molde e ter de perder algum tempo a improvisar. Mas valeu a pena e deu-me muito gozo, até porque a parte de tricotar propriamente dita é rápida (“vou fazer só mais uma risca!”).
Foi feita em duas partes: frente e costas. Em cada parte as mangas foram tricotadas logo juntamente com o corpo, na horizontal. Depois, para não existirem costuras nos ombros e as riscas continuarem sem interrupção, as duas partes foram unidas ao nível dos ombros com a técnica do “grafting”, que é uma técnica muito interessante.
Consiste em unir duas peças passando o fio com uma agulha de coser por entre as malhas, de modo a reconstruir uma carreira de malhas. Não fica nenhuma costura, o resultado final é uma junção invisível.
É bastante útil para unir peças, acrescentar partes a uma peça já feita ou mesmo para resolver erros a meio de uma peça sem necessitar de desmanchar metade do trabalho: nestes casos desfaz-se uma volta no sítio pretendido separando o trabalho em duas peças, resolve-se o erro e volta-se a unir as partes. Isto serve para aumentar ou diminuir um trabalho (por exemplo, uma camisola) sem necessidade de desmanchar tudo o que já foi feito.
Os esquemas abaixo e mais pormenores da técnica estão no site da Phildar em “Conseils Tricot": Conseils et Astuces.
Em jersey direito:
Em jersey do avesso:
Decote:
Acabamento em bruto nas mangas:
O engraçado foi que acabei por ter de usar o grafting uma outra vez, que justifica bem a utilidade deste método na resolução de erros: apesar do cuidado na contagem das riscas, acabei com uma risca azul a menos nas costas, antes das mangas, e só dei por isso quando já ia juntar as peças!! Ia tendo um ataque… mas em vez disso, abri no sítio que tinha de acrescentar (entre o corpo e as mangas), fiz as riscas que faltavam e uni ao resto da peça. É rápido e vale bem mais a pena do que desfazer tudo até à risca que falta: neste caso significava desfazer a parte das mangas totalmente tricotada!!
O cós foi feito com a técnica do cós duplo. Como é feito em liga, para não revirar dobra-se metade para dentro. A inovação é que isto é feito logo no início, nas agulhas de tricô, sem necessitar de coser! Vi esta técnica numa revista para o ponto de meia, mas pode-se fazer para o ponto de liga, como neste caso.
Cós duplo
Basicamente, faz-se assim: calcular a altura de cós que se pretende e tricotar o dobro de centímetros. Parar após uma volta do avesso. Colocar as malhas da orla de montagem numa agulha auxiliar fina. Com o direito virado para nós, dobrar o cós ao meio de modo a ficar com a agulha auxiliar atrás da agulha principal. Agora, na volta do direito, tricotar juntas 1 malha de cada agulha. No fim da volta, o cós já está dobrado e “cosido” e pode-se continuar normalmente o trabalho.
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